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sábado, 14 de maio de 2016

Viajando com o vento.

24.03.2016 – 07:48h – Escrever as primeiras palavras de uma história tem algo de delicioso. Você nunca sabe aonde exatamente vão levar você. As minhas me trouxeram aqui.

Na foto abaixo é este momento! Cheio de decisão, feliz com a vida, com muita energia e decidido – Vou a Patagônia!


18.04.2016
Amanhã estou indo. Eu que digo que já fiz todos os estados e capitais do Brasil e todas as principais rodovias descubro que uma das minhas preferidas BR-116 está incompleta. Conheço o quilometro zero em Fortaleza e todos os outros até Pelotas e não o final dela em Jaguarão. E lá o meu primeiro destino!

Já deveria ter ido quando abri o Word para escrever o relato. Para vencer a constante letargia que me domina marquei um encontro em Termas de Rio Hondo para ver a etapa do mundial de MotoGP no dia três de abril, mas tive que escolher e fiz a escolha certa.

Dia sete de abril fui almoçar com o Waldemar Niclevicz em Jaraguá do Sul com a diretoria da Marisol, um dia ótimo!

Vicente Donini e Waldemar Niclevicz

Perdida a mola impulsora veio toda a enrolação, história atual da minha vida.

19.04.2016
Próximo a Pelotas e já jantado eu estou estacionado muito bem com o ar condicionado ligado e pela primeira vez vendo a logística do funcionamento desta minha nova casa. Até então eu a tinha usado duas vezes em uns bate e volta para a casa da minha irmã em Bragança.

Sem premeditação abrindo a gaveta cabe perfeitamente o notebook, as tomadas estão próximas e já recarrego celular para guardá-lo desligado, sem internet e sem celular até a volta!

Normalmente bastam dez minutos de estrada para eu me extasiar, pelo longo tempo sem viajar e pelo estado lastimável desta carcaça que carrega meus pensamentos necessitei muito mais, bem depois de Florianópolis parei para almoçar e sorte grande, uma refeição deliciosa servida na mesa! Foi mágica, a estrada brilhou!

Agora banho, cinema e cama.

20.04.2016

Fim da BR-116, Jaguarão! Cidade onde minha querida Fátima mora, não foi desta vez que nos reencontramos, mas que em cada esquina a procurei, procurei!


Em Jaguarão fiz o câmbio para pesos uruguayos, pouca coisa já que a passagem vai ser curta.

Fazendo os trâmites na aduana uruguaia a surpresa quando mencionei que ia a Fray Bentos. Não seria possível porque a região estava alagada. Naquele instante por coincidência começou uma reportagem na televisão mostrando o caos. Mais ainda, um tornado ocorreu lá fazendo muita destruição.

Deram-me a sugestão de seguir até a cidade de Melo e aí descer a Montevidéu o que significaria utilizar o Buck Bus que é muito caro e nem é o meu desejo, mas...

Em Melo parei em uma transportadora internacional e eles confirmaram a situação, me sugeriram fazer o passe por Paysandu que lá estava aberto. Então escrevo de Tacuarembó onde estou parado em um centro de recreação da policia.  Muito atenciosos em todos os momentos os uruguaios, me fizeram lembrar que em uma das paradas de uma viagem conversando com um motorista que faz toda a América do Sul, o lugar preferido dele era o Uruguai.

No dia de ontem a grande dificuldade que me abateu talvez não tenha sido o tempo que eu não viajava e sim porque eu ia passar pela cidade da Penha onde mora a minha amada. A tentação de procurá-la me desnorteou. Hoje nos pampas gaúcho e uruguaio com as grandes retas e nenhum movimento e com todo o prazer que as estradas me dão sinto que este tempo passou...
Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

A porta está fechada, a chave se encontra na feira de Scarborough.

Depois de tantos anos com estradas entupidas parece que voltei ao começo, elas estão com pouco trânsito e aqui no Uruguai interior menos ainda, voltaram os cumprimentos de passagem, me sinto bem e em paz.

Ventos do leste
A névoa está vindo
Algo está surgindo
Prestes a começar
Não consigo dizer
O que há pela frente
Mais sinto o que vai acontecer
Já aconteceu antes

21.04.2016

Estou parado em um posto YPF próximo a Buenos Ayres, seis horas da tarde, difícil acreditar que estou no terceiro dia de viagem depois de tantas atribulações.

Hoje na madrugada uma tempestade chacoalhou o carro, duas coisas antes de fechar os olhos novamente, o que estava cheio de água deve ter ficado mais cheio e o meu motorhome tem uma grande entrada dela, menos mal é que ela escorre pela parede e sai pelo vão da porta.

Uma noite bem dormida e na saída ninguém para eu agradecer, café da manhã em nenhum lugar assim como posto de combustível. Como eu sou muito esperto conferi no mapa a opção de entrar na Argentina por Salto/Concórdia e assim o fiz subestimando a indicação de quem faz o trajeto com freqüência! Uma picada de mais de duzentos quilômetros com aproximadamente seis horas de guiada. Muitos lugares cheios de água chegando a encostar-se à beira da estrada, mas em nenhum momento crítico. De fato é que após uns sessenta quilômetros absolutamente sozinho nesta estrada vicinal eu parei e pensei em voltar para Tacuarembó e daí seguir a Paysandu até que surge um caminhão. Se ele vai eu também vou. Eu o ultrapassei após alguns quilômetros e foi o único objeto rodante até um encruze já no fim do trajeto.

Em Concórdia na Argentina fui fazer o câmbio, o diferente foi que é impossível cambiar em bancos porque é necessário conta-corrente! No banco me indicaram uma loja que faria isto por mim. A placa desta loja estava escrito – Compro ouro, objetos antigos, Rolex... O câmbio é feito a um metro da rua e qualquer passante me podia ver enfiando no bolso os maços de pesos. E ponha maço, o almoço perto dela eu paguei trezentos pesos (O cafezinho custou trinta), o abastecimento custou próximo a mil pesos.

Bom, agora era correr para o abraço, montão de pesos espalhados pela casa, banho tomado, barba feita e todo restante idem. Vamos sair das enchentes para enfrentar as nevascas da Patagônia!

Acenda a luz Leopold! É lei na Argentina, multa novecentos e sessenta e seis pesos pagos na hora com direito a um consolo do prestimoso guarda que me disse que eu não poderia ser multado duas vezes pelo mesmo motivo. Curioso, quando eu enchia os bolsos de notas me senti rico, agora já me sinto miseravelmente pobre! Menos mal, onde estou parado o café custa quinze pesos.

Agora vou relaxar e depois jantar, amanhã miro Puerto Madryn ou onde o vento me levar.

22.04.2016

Deixo o GPS me levar. Falando neles mantenho dois, o Pioneer e o Garmin, o primeiro funciona bem no Brasil com exceção de Porto Alegre onde os dois me fizeram andar em círculos e até o moto táxi que me ajudou sabia disto. Já no Uruguai ele fica muito ruim e o Garmin continua excelente e agora estou só com ele. Os caminhos que ele traçou foram os melhores que usei até hoje para ir a Patagônia, pista dupla até pegar a estrada para Bahia Blanca.

Em Cañuelas parei no posto OIL e foi ótimo, frentista falando português, água potável com mangueira e um restaurante de primeiro mundo, chama-se Parador 36 Parrilha Libre. Quem atende é uma moça linda que nem tenho uma artista para compará-la, seu marido que também é um galã cuida da cozinha. Comi um Ojo de Bife de uns quinhentos gramas mal passado, um purê de batatas inigualável que pus dois ovos fritos com a gema mole, batatas fritas e uns pãezinhos deliciosos!

Curiosidade, este posto acima era PETROBRÁS, é eles vendendo o patrimônio graças à escória do PT. Se houvesse uma lava jato nesta operação argentina eu digo que deixaria Pasadena no jardim de infância! (Hoje, catorze de maio de 2016 estou fazendo correções na escrita deste relato confirmo que ouvi no noticiário de ontem que toda a operação argentina está sendo vendida para uma empresa chamada Pampa Energia).

Não sei onde estou parado, na minha frente tem um restaurante desativado, almoçado maravilhosamente não preciso jantar.

Pisa o silêncio, caminhante noturno...

23.04.2016

Novamente um dia de sorte com comida, um filé de frango com batatas provençal, a carne dourada aparecia quando se tirava de cima um magnífico queijo misturado com cebolas, e as batatas... Algo mudou nas batatas, já faz tempo que eu tenho me regalado com o sabor delas.

Já estou na Patagônia, precisamente no camping municipal de Rio Colorado, o único cliente e por gentileza a distinta senhora que me atendeu deixou minha estadia como cortesia, é agradável estar conectado a energia elétrica e a mangueira de água ao lado. A foto abaixo mostra o privilégio:


24.04.2016

Estou parado em Trelew em um posto YPF, casa varrida e daqui a pouco irei jantar, quase não necessário já que o almoço foi farto e gostoso, um talharim caseiro com pollo.

As retas patagônicas de um asfalto perfeito deixam a mente divagar bastante e até por saber que escreverei depois incentiva a isto, mas são tão variados os assuntos que um dia único aqui daria para escrever um livro. Então vou pinçar um assunto que em parte envolve muito da mediocridade humana em aceitar as coisas sem refletir embora o custo disto seja um retardamento da nossa própria evolução. Eu vivi uma época em que a noticia para o futuro e isto aconteceria nos anos 1970/80 o petróleo estaria esgotado no mundo. Pois é, era artigo de seleções inclusive.

Vão se recordar quando a gritaria era a camada de ozônio, os incríveis buracos que havia em nosso céu e mais, nós éramos culpados porque usávamos aerossol em nossos sovacos, ar condicionado, geladeiras, etc. Não se perguntava quem eram os fantásticos doutores e que meios empregavam para saber com tanta exatidão. Pois é isto aconteceu em 1986/7 justamente no ano que expirou a patente do gás CFC que foi considerado o vilão, então foi lançado o HCFC, este sim era bom, ecológico, inclusive melhorava a saúde dos dentes e curava hemorroida! Já está passando a moda do aquecimento global, uma pena, gostaria que um alarmista deste estivesse aqui comigo, eu o faria descer do ambiente que estou para ficar lá fora cinco minutos. Não, isto não o curaria, ele apenas ia mudar a cantilena avisando os outros que babariam e fariam centenas de congressos alertando de uma nova era glacial.

Hoje no almoço entrei em prosa com um caminhoneiro que estava indo para Rio Gallegos levando uma carga de gado, juntos assistimos a TC 2000 que estava correndo em San Luis, como ele saiu antes cruzei na estrada com ele e muito depois parei na beira em uma entrada para cochilar. Quando ele passou buzinou e isto me fez dar uns pulos na cama já que imaginei que tinha dormido dirigindo. Voltei à estrada e o passei novamente pela última vez já que ia entrar em Puerto Madryn.

Entrei, parei na beira da praia e saí. Nada a haver com cidade, estrada é que faz o meu prazer!

25.04.2016

Parado em Caleta Olivia de frente ao mar.


Pela manhã os ventos patagônicos vieram dizer olá, temperatura zero grau, fora de casa alucinante o frio! Tenho roupa para amenizar ele, o conflito é que dentro da minha casa eu a mantenho quentinha com a calefação ligada o tempo todo, então o tirar e pôr a roupa exige um trabalho que só a vontade de um cafezinho me faz realizar.

Em Comodoro pensei em fazer a lavanderia, antes almocei um nhoque cremoso com bacon e acabei desistindo da outra, o vento continuava arrasador.

Nos inúmeros pensamentos pensei hoje em relatar sobre a morte, mas eis que no almoço lendo a revista Veja de 20.05.2015 (Sim eu tenho uma reserva de revistas não lidas no motorhome, sempre almoço lendo) uma entrevista nas páginas amarelas com o tipo de individuo que mencionei ontem, o nome do caboclo é Thomas Lovejoy e é um biólogo americano e segundo ele viajou centenas de vezes (!) para a Amazônia. Ele comenta que a floresta está em seu ponto critico de desmatamento e que isto iria alterar as chuvas, Arf! A floresta amazônica existe por causa das chuvas e o que gera esta umidade são os oceanos, desmate-a completamente e em alguns anos nós a teremos novamente. As linhas do pensamento a partir deste medíocre se espalham em tantas direções que eu ficaria em um giro perpétuo enquanto que a única causa real é a própria maneira de pensar da maioria dos humanos. Coisa certa para aumentar a pescaria é rezar uma Ave Maria quando lança o anzol, assim falou Fredo o irmão do Michel Corleone para o sobrinho, eu o vi falando no filme e ele deve estar certo!

26.04.2016

Estou em Esquel no camping Manuel Pan na entrada da cidade, excelente energia e mangueira de água ao lado. No visual uma linda montanha coberta de neve!

Uai diria o mineiro comedor de queijo e o Ushuaia, Calafate, El Chálten e o Fitz Roy que era o teu desejo? Olhem a foto abaixo:


Aquele número embaixo é a temperatura, quatro graus negativos neste horário com o sol brilhando e ainda faltavam aproximadamente mil quilômetros em direção a Antártida, eu muito provavelmente teria sérios problemas no Paso Garibaldi que é a última passagem nas montanhas antes do Ushuaia. Mas digamos que eu estivesse disposto a me arriscar. Primeiro teria que comprar as correntes para os pneus (é obrigatório por lei aqui na Argentina no inverno), este não é o pior, colocá-las se necessário exige mão de obra e isto em uma pessoa que usa escova de dente elétrica para não cansar o braço. Outra situação seria o congelamento das minhas caixas de água, isto já aconteceu em outro inverno por aqui, mas era caixa única então era só deixar o nível mais baixo que teria espaço para expansão (o único problema foi trincar o cano da torneira). Curiosidade foi à solução que imaginei na época para a privada, coloquei anticongelante de radiador, arf! Um cheiro absurdamente ruim! Outra situação que resolvíamos facilmente era descer as montanha e descongelar, lá em Chaltén e Ushuaia não tem isto porque já estaria embaixo.

Nesta casa as caixas são várias, as de cima sem problema já que elas são atingidas pela calefação, exemplo, neste momento eu estou escrevendo só de camiseta, agora as de baixo diminuir a altura significa a ficar com muito pouca água já que as de cima teriam que ficar vazias porque elas são interligadas.

Um nordestino esperto comedor de buchada faria a pergunta certa – Você não pensou nisto antes? A resposta é - Não, nesta viagem eu pensei mais que os dois últimos anos juntos, conhecem uma samambaia, pois é, era eu e ela.

Não está ruim, não senti as agonias como quando retornei a primeira vez no Paso de Jama ou as outras duas para o Ushuaia. Estou na estrada, sozinho e me sinto bem, sem lágrimas quando vi os Andes já na rota 40, mesmo assim parei para fotografar:


Amanhã vejo aonde o vento vai me levar.

Mar e terra
Inverno e verão
Mostre o sorriso
Mostre a alegria
Mas eu mesmo não

27.04.2016

Vento? Não há nenhum! Estou parado em San Carlos de Bariloche no camping Petúnia, a roupa já está na lavanderia e amanhã devo escalar o Cerro Otto.

Há anos eu menciono a estrada Esquel/Bariloche como a mais linda que eu conheço, hoje ela conseguiu se sobrepujar em beleza, nestes dias caiu uma nevasca e todas as montanhas estão brancas! Por dias como este fica fácil de entender minha sedução pelas estradas.

Bariloche é uma cidade que sempre recomendei para quem poucos dias de férias, três a quatro dias podem ser vividos aqui intensamente, se gostar de caminhadas então! Mas detecto aqui algo que já vi em outros lugares, o crescimento muito rápido sem a resposta da organização, O Larangeira que recém chegou do Ushuaia (Conversamos ainda no Brasil) comentou algo semelhante daquela cidade. Eu vi isto pessoalmente em Porto Seguro, era o nosso destino favorito, um dia o Fantástico fez uma reportagem dela e aquilo virou o caos. Atualmente voltaram a se organizar e ficaram interessante, eles lidam com milhares de turistas semanalmente e mesmo assim está engraçadinho. Um dos melhores campings do Brasil está lá, é o Mundai.

Aqui na Argentina tem duas cidades que se mantém originais e muito charmosas, é Calafate e El Chálten no sudoeste da Patagônia.  A Cristina Kirchner tem um hotel lá que deve ser espetacular porque estavam nas capas dos jornais os milhões de pesos que uma construtora pagava de reservas sem utilizá-las!

28.04.2016

O amanhecer aqui ocorre depois das oito horas (No Ushuaia agora ele começa as nove). É meu horário depressivo porque às seis horas inevitavelmente estou acordado, o meu corpo dói muito e a respiração é difícil.

Escrevo agora e sei que estou doente. Passei um dia ótimo, depois que sol efetivamente surgiu (nove e pouco) sai a pé para procurar um café, não achei aberto, mas passei na lavanderia e a roupa estava pronta. Fui a um local perto para alugar um carro e fechei negócio com o Fernando que tem uma Ecosport. Carregamos a roupa para o motorhome e depois fomos à cidade, eu queria fazer um câmbio para pesos chilenos e trocar a pulseira do meu relógio.

Eu tinha planejado subir o Cerro Otto, mas o Fernando me convenceu que no Cerro Campanário eu desfrutaria mais e ele tinha razão, antes de irmos fomos almoçar um enorme Ojo de Bife cada um e o efeito foi muito bom no meu ânimo. A conquista do pico foi um ato de bravura, depois de descer do teleférico tem que subir alguns degraus, eu cheguei cansadíssimo e o pulmão esquerdo doendo muito e aí este palpite que estou doente e se for pneumonia a situação pode ficar complicada. Esta desconfiança tem uma razão, há uns dez dias antes desta viagem fui jogar sinuca com o Pedro, em uma tacada todo torto o pé escorregou e bati fortemente as costelas na quina da mesa com uma dor instantânea que não me abandonou. Pouco antes de vir para cá ela aumentou e o Pedro me acompanhou ao Dr. Zeni. Nada de misterioso, mas o Zeni aventou a possibilidade da dor restringir a respiração formando um ambiente propício para infecção, no momento ele receitou anti-inflamatório e já quis deixar uma receita pronta para a eventualidade de ocorrer à outra. Por algum raio de descuido não peguei a receita.
Na foto abaixo com o Fernando em Cerro Campanário:


É difícil aceitar que nada disto existia, isto tudo era mar até que a terra enrugou. Muitos e muitos milhões de anos de chuvas, gelos e ventos fizeram isto. Este é o momento do nosso tempo e é maravilhoso! O pico mais alto visualmente nesta foto é o Cerro Capilla, o Tronador está atrás dele e é visível do outro Cerro o Otto que tem restaurante giratório em seu cume e telescópios de observação.

Amanhã nós iriamos ao sopé do Tronador, montanha conhecidíssima dos alpinistas brasileiros que fazem aqui o curso de escalar no gelo. Fica a oitenta quilômetros daqui sendo cinqüenta de uma picada em rípel em subida forte. A curiosidade é que até uma hora da tarde apenas sobe-se, depois eles cerram a estrada e às quatro horas da tarde abrem-na para descer. Cancelei-a hoje mesmo, estou mal e não acredito em milagres.

Almoçando no El Boliche de Alberto e conversando com o Fernando ele abriu a internet e me procurou, aí vira o telefone e mostra uma foto da Iara e eu no Maranhão, lágrimas escorreram imediatamente antes sequer de eu emitir um pensamento.
Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci

29/30 de abril e 01 de maio de 2016

Tudo culpa da minha mãe! Sim, de Bariloche eu devia ter subido e procurado ajuda médica na minha cidade, mas graças a minha mãe não o fiz. Há uns anos atrás minha mãe chegou da Europa com metade do corpo escurecido de hematomas e três costelas fraturadas e assim depois do acidente que ocorreu em um hotel em Amsterdã ela ainda viajou aproximadamente uns quinze dias antes de voltar ao Brasil. As lágrimas que escorreram quando a vi chegando no saguão do aeroporto se repetem cada vez que me lembro. Mas, com o pensamento desta notável resistência como eu um macho alfa que consegue comer meio quilo de Ojo de Bife sangrando ia me michar? Se fosse pneumonia novamente azar dela! Bactérias que matam seus hospedeiros são muito burras porque morrem juntas e se vier a sinusite o que tem demais a dor que ela provoca, perto de três costelas fraturadas? Dane-se a minha dor nas costelas que a tosse constante e alucinada não deixa cicatrizar, dane-se este corrimento nasal e um lacrimejamento odioso, vamos descer o Chile para a ilha de Chiloé.

Fiz o passo por Osorno, neve nas bordas e o asfalto seco. E agora no Chile proibido de comer ostras e assemelhados.


Fica difícil relacionar onde eu estava, onde parei nestes dias. Certa hora estava escuro e errei uma entrada a que aponta Puerto Montt e outra Chiloé, tentando ajudar meu querido Garmin fiz um retorno improvisado e acabei parando em um posto de pedágio só que na contra mão!

Cheguei de manhã nas balsas e digo que me emocionei, uma quirera perto do que costumo sentir, mas, era uma emoção. Fui tentar tomar o café da manhã, não foi possível, enjoado.


Um lindo dia e bastante movimentado, balsas chegam e partem constantemente, tentei me animar, estava difícil.


Fui até a cidade de Castro feito um zumbi e lá voltei, posso dizer que tudo é engraçadinho e muito movimentado. Tentei almoçar e não foi possível.

De volta ao continente no primeiro posto parei para dormir, como deitado fica difícil respirar o faço em uma posição diferente e os soníferos obrigam ao sono se instalar. Depois perdi a dó e mandei bala no meu Headache Relief extra strength que o meu amigo Daltron trouxe dos Estados Unidos com a indicação do Dr. Zeni para atenuar dores de cabeça. Meu xarope de tosse está no fim, ele é insuficiente mesmo na quantidade que tomo, me faz ter saudade do Setux que o governo teve a idiotice de tirar do mercado!

O fato é que eu já o estava tomando, apenas dobrei a dose.
Agora estou parado a uns trezentos quilômetros de Santiago e o efeito do Headache é bom porque estou escrevendo e daqui a pouco vou ver se engulo um hot dog, quem esteve no Chile sabe que este é o alimento mais vendido nos postos Copec.

02.05.2016

Não foi possível jantar ontem embora tenha comido uma salada e esta desceu bem!

Na estrada para Los Andes que é a cidade próxima da entrada para os Caracoles e Paso Libertador ainda na rota 5, uma garoa forte por muito tempo me arrepiou, chuva aqui neve lá em cima. Olhava os Andes a minha direita e eles estavam entupidos de neve. Próximo a uns quilômetros onde tem o último pedágio chileno antes dos Caracoles um carro da gendarmeria fechava a estrada, Paso cerrado! Nenhum tipo de organização, carros e caminhões se espalhando numa via estreita, com o policial me ajudando a fazer o retorno consegui um buraco longe para estacionar e voltei para maiores informações. Estava ocorrendo uma nevasca e na mais otimista opinião a estrada abriria amanhã. Em um boteco na frente conversei com a dona para aproveitar a experiência e ela falou amanhã não, talvez miércoles ou mais. Eu já estive em uma que ficou trinta dias fechado então voltei ao guarda e perguntei de Paso Jama, fechado. Paso Osorno, aberto. Esta resposta simples foi dificílima já que as comunicações estavam com pouco sinal de rádio e celular.

Esta conversa e mais tantas outras estavam 3.422 argentinos e três brasileiros dois de São Paulo e eu de São José. A curiosidade, os brasileiros pai e filho fizeram o Paso nestes dias indo para o Chile e a polícia exigiu as correntes já em Uspallata, eles alugaram, para recuperar o depósito eles necessitavam voltar pela Libertadores. Eles foram buscar um hotel na cidade de Los Andes e aguardar.

Eu decidi voltar e fazer o Paso em Osorno então hoje foi mais ou menos assim comparando ao Brasil, acordei em São José e decidi almoçar em Bragança na casa da minha irmã, depois do almoço voltei para minha casa e chegando lá descobri que tinha esquecido a carteira e voltei para buscá-la retornando em seguida. Não foi bem assim porque falta ainda uns seiscentos quilômetros, mas não o foi por uma razão, hoje de manhã os bombeiros de Chillán estavam fazendo uma campanha de arrecadação e eu meti $10.000 no cofrinho deles, mais adiante em um posto eu já abastecido para o translado um senhor pediu ajuda e lhe deu $1.000, saindo entendi o porque, ele estava com o carro parado sem combustível e sem dinheiro, parei e lhe dei mais $10.000, o troco que ficou daria com tranqüilidade já que de pesos argentinos eu estou municiado. Na volta como os pedágios e a necessidade de mais um tanque de diesel me toquei que não os tinha já que tinham me sobrado $15.000.

A solução que encontrei, entrar em uma cidade onde vi uma placa indicando venda de vinhos, comprar uns em dólar para presentear o meu amigo Pedro e o troco pegaria em pesos chilenos. A cidade era San Javier e nada de achar a loja. Parei em frente a uma borracharia e perguntei por câmbio, de fato parei lá mais porque tinha um táxi estacionado. Algumas dicas e contratei o Nelson e o seu táxi para ir na cidade confirmar a possibilidade, fizemos um acordo, sem câmbio eu o pagaria com pesos argentinos. Não conseguimos e aí eu perguntei de uma casa de vinhos a ideia original, existia a casa Valduga e fomos para lá, já estavam fechados.

O Nelson falou para eu ir a Talca, uma cidade antes com o motor home, eu preferi contratá-lo para me levar com o mesmo acordo anterior por $15.000 pesos chilenos, a parte San Javier inclusa. A ideia era ir ao cassino, compraria as fichas em dólar e trocaria por pesos.

Ainda bem que fomos juntos, o movimento em Talca era muito e o acesso ao estacionamento do cassino difícil. O resto dos movimentos então pior ainda.

Para entrar no cassino paga-se ingresso o que me acabou com os pesos chilenos e lá descobri que não aceitam dólares, com muita conversa acabaram sugerindo que eu fosse ao hotel que lá possivelmente fariam o câmbio. No hotel para isto tinha que se ter um cartão de apostas do cassino e o Nelson o tinha. Câmbio limitado por pessoa e o fizemos pelos dois, na posse do dinheiro já dei $20.000 para o Nelson que certeza não imaginou o tempo que levaríamos para isto acontecer. Aproveitei os ingressos do cassino e fui conhece-lo por dentro e também tomarmos um cafezinho. Passando pelas mesas estacionei em uma de pôquer Draw atrás de uma mulher, não é que a donzela sob os efeitos da minha aura pede duas cartas ficando com sete, oito e nove na mão e vem o dez e o valete para completar a sequencia! Nem agradeceu.

Jantei há pouco me sentindo melhor tanto que escrevi toda esta tralha encima. Dormir agora!

A vida é um moinho
É um sonho o caminho
É do Sancho, o Quixote
Chupando chiclete

03.05.2016

Estou estacionado no Camping Petúnia em Bariloche, simples né? Em cima de um pavimento de concreto, vá entender porque o Javier não tinha cedido este lugar antes, o gramado pode ser poético, mas mesmo com cuidado a casa fica uma porqueira!

Não foi tão simples, não eram seiscentos e sim mil quilômetros e este não era o problema também, o que estava acontecendo era o céu estar completamente encoberto com nuvens pesada significando nevasca nos Andes.

Precisava de água para a casa, aja dificuldade em arrumar torneira com mangueira. Na passagem olhei uma placa de camping e entrei, ele estava fechado (só abre na temporada), mas o restaurante aberto. Antes de entrar fiz de conta que estava fumando e vi atrás uma torneira com mangueira, simples né? Não existe simples nesta pedida no Chile, entrei e pedi um cafezinho e conversei com a atendente se eu podia abastecer, não, tem que falar com a proprietária! Falei, ela me dava à água desde que eu fizesse sexo com as seis mulheres que estavam lá! Como a minha cota diária é cinco quase fracassei. Na conversa perguntei se o Paso de Osorno estava aberto e aí a surpresa, o marido caminhoneiro tinha passado de manhã por lá e ela mostrou as fotos no celular. Os outros dois Pasos que antecedem estavam fechados (eles são em rípio).

Tanque cheio e estrada, o fato de ele ter passado de manhã podia não significar nada porque com aquele céu carregado...

Quando cheguei próximo a Osorno as nuvens desapareceram e o céu estava azul bandeira da argentina com cem anos de exposição ao sol e aí a doze quilômetros a estrada parou e vem algo digno de comentar, duas filas e pensei, igual ao Brasil, também não sabem lidar com o congestionamento, a diferença é que ninguém usava o acostamento. Que engano! Algum tempo depois de uma grande lentidão vem um policial pelo meio da via e abrindo passagem para o pessoal da direita por um tempo e depois fechando para o pessoal da esquerda se alinhar na direita formando uma fila única. Ele fazia isto se encaminhando para frente, solução espetacular e mesmo que eu já tenha pensado nisto como uma solução faltava este elemento que é o policial não ficar estático.

A fila era longuíssima, mas sendo única não era necessário parar e o motivo era um acidente terrível, três caminhões e um carro, os três caminhões pegaram fogo e estavam destruídos, o carro uma sanfona. Estavam em processo de retirada dos esqueletos e cargas queimadas com tratores, mas antes fizeram um caminho estreito para que o tráfego não parasse de fluir. 10x0 para os policiais rodoviários do Chile e isto é muito pior que o sete a um do futebol!

O Chile merece um capítulo a parte no quesito evolução para o primeiro mundo, eles estão indo mais acelerados que nós. Falta para eles uma imigração de paulistas, o nosso nordeste era uma nhaca, depois que muitos de São Paulo foram para lá a coisa se organizou, pelo menos os restaurantes evoluíram muito, aqui comida é um pouco triste, ainda continuam com o pão massudo que é um horror, apenas não sabem o que pode ser bom. Outra, aqui não há lombadas, no Brasil elas são proibidas também, a única diferença é o respeito à lei.

Virei em direção ao Paso Cardenal, linda estrada e o problema agora é horário, às dezoito horas fecha o Paso e ainda faltavam cento e poucos quilômetros para a aduana. De fato se eles fecharem não é o problema já que estou em casa e sim se a noite nevar e o Paso fechar. O fato é que não me sinto bem no Chile e não gostaria de ficar mais.

Falei bem da organização policial ao mesmo tempo em que censurei a desorganização do cerramento do Paso Libertadores. Isto tem uma explicação, quando se trata de coisas que ligam a Argentina os Chilenos fazem de conta que ela não existe. Dois fatos ocorridos sendo um lá, uma argentina acusando o policial chileno que o Paso estava cerrado por culpa deles que não mantém máquinas para limparem o trecho e outro na aduana argentina quando a motorista sendo revistada gritava com o policial se ele achava que ela ia se dar o trabalho de esconder frutas no carro! Na aduana chilena a revista é completa e para todos e não existe espaço para lero-lero!

04.05.2016

Acordei de manhã com chuva! Ufa, chuva aqui neve e gelo na cordilheira. Ela passou e o sol brilhou.

Arrumei a casa, tomei banho demorado e decidi voltar para a casa fixa, o que eu procuro e nem sei o que procuro, não achei. Pode ser que sim também, quando terminar irei saber.

Decidi começar a subir por San Rafael, o trecho é espetacular, mas estava cabisbaixo e fúnebre, então...

Depois de um sanduíche e um café em Piedra Del Aquila, o primeiro do dia já que esta estrada é muito deserta e não há postos tirei uma soneca e acordei renovado, que venham as seis chilenas e que tragam o baralho!

Parado em um YPF perto de Neuquén, agora vou jantar e continuar a assistir Xogum que nem de perto se compara ao livro, mas coloca rostos no que já li inúmeras vezes. Outro dia sentindo um pouquinho de dó de mim li numa sentada Lobos do Mar de Torben Grael, trata-se de uma regata em volta do mundo, onze caboclos em um veleiro de performance, aja dores! Isto compensava o mal-estar constante que estava sentindo.

05.05.2016

Não tem jeito, acordar cedo sou eu, conclusão, ando no escuro até o amanhecer depois das oito.

O primeiro cafezinho foi no posto Cruzes das Rutas Del Desierto, cortar a Argentina para o leste pelo deserto, ótimo para mim!


Entrando nela um senhor pedindo carona, cesta de vime cheia na mão, mais um cidadão argentino, parei imediatamente. São comuns estas pedidas e dificilmente recuso, mas esta enfraqueceu o dia. A maioria absoluta precisa para trechos curtos, neste caso o Sr. Hugo mencionou algo para onde ia e não me preocupei, quando chegasse ele me avisasse. E assim fomos, cruzamos o longo deserto, depois cidades e nada de aviso, sete horas da noite, doze horas dirigindo, aproximadamente 1.200 quilômetros rodados perguntei o quanto faltava para a sua casa, 160 quilômetros respondeu ele e imediatamente comentou que se eu quisesse parar não haveria problemas que ele pegaria outra carona e assim o fiz. Nem sei onde estou, deve ser algo perto de Luján porque a cidade que ele mora é perto dela na RN 5.

Algo simples que teve um humor contagioso foi que depois de uns oitenta quilômetros em uma reta no deserto veio uma placa de indicação de curva, eu gemi e falei – Quanta curva nesta estrada! O Hugo caiu na gargalhada e depois disto virou um mote já que tem mais duas curvas antes de chegar ao outro lado da Argentina.

A curiosidade é que meus pesos argentinos estão acabando, tenho exatamente dezesseis litros de diesel em efetivo, significa sem café ou qualquer outra coisa. Ficarei com as bolachinhas e todinhos até chegar ao Brasil.

Eu estava com dois toddys pendurados na prateleira e um caiu, o outro imediatamente falou – Todinho dele!

06.05.2016

Não chego ao Brasil, preciso cambiar. Parei em posto ACA/YPF tomei um cafezinho e pedi para a atendente chamar um taxi. Está aí uma aventura de arrepiar! A melhor coisa do taxi era uma corda velha que segurava a porta.

No centro da cidade 9 de Julio (cidade cantada por Madonna no filme Evita) fui no Santander que não cambia porque não tenho conta e ninguém dos funcionários sabia quem cambiava na cidade. Saí e em um escritório de uma corretora de seguros depois de um parto de trigêmeos me informaram que os chineses do supermercado Tata o faziam.

Muito legal este pessoal, a linda e esperta chinesa que me atendeu sem maiores delongas fez o câmbio pelo valor correto e eu estou milionário novamente, Leopold Odebrecht a seu dispor, Marisa precisa de uma cozinha nova? Deixa comigo! Um apartamento tríplex de frente ao mar? Deixa comigo!

Mesmo rico novamente o trecho não estava bom e eu sem ânimo. Dormi e tive pesadelos variados e um dele que marcou foi com o meu irmão, ele morava em uma casa que as coisas não funcionavam e aí eu comentei com ele que poderíamos morar juntos, quando falei isto eu pensei, não pode ser você morreu, neste instante acordei.

No entardecer parou a chuva e sol apareceu e tudo ficou bem, diferente de erros anteriores mesmo com a estrada deliciosa decidi parar e sorte, comi uns pastéis de carne e uns micros pãezinhos de queijo. Agora estou bem estacionado e vou ao cinema.

07.05.2016

Passei por Luján, Zárate e outros. Passei a entrada que o Larangeira usa que é a cidade de Fray Bentos, mas acho que ainda estava alagada, a cheia dos rios era visível o tempo todo neste trecho.

Esta é a região que não se passa sem ser imolado pelos policiais, é uma indústria e todos se esforçam para ela ser o mais lucrativa possível. Então parado em uma barreira, muito tranquilo, enquanto eles conferiam como me multar até que um se lembrou de perguntar se eu já tinha sido multado, tirei o recibo e eles rindo comentaram que foi pouco, lá com eles teria sido mais. Me liberaram e pediram uma carona para um policial que veio a ficar no posto próximo a Concórdia que foi por onde entrei.

Dormi perto de Posadas.

08.05.2016

Esta região de Missiones é muito suja e com chuva tudo é enlameado com cola vermelha.

Passei pela fronteira de Puerto Iguazú, ontem pensei em parar em Foz e me ajeitar juntamente com a casa e jantar no cassino para gastar os quilos de pesos argentinos que me sobraram.

Hoje tentei almoçar sem apetite, não deu certo. Fiz o câmbio para me livrar dos pesos argentinos e o resto dos chilenos em Foz e liguei para o Diogo Pachenki em Cascavel, a ideia era ele abrir a loja para eu comprar um colchão já que o meu de casa é muito mole. Deu tudo certo e fomos tomar um café, algo que desde que entrei na Argentina não o fazia, café de coador, lá só de máquina. Incrível! O único lugar aberto em Cascavel só tinha café de máquina. Mesmo assim a tarde foi ótima com muita conversa.

09.05.2016

Dormi no posto Três Pinheiros próximo a Guarapuava, tentei jantar e só tapeei, sem apetite, tomei um café de coador, mas com leite.

Ainda de manhã parei na Trailemar em Campo Largo para consertar a escada travada. A Ledir sempre muito generosa fez um café preto como sempre muito saboroso e o primeiro depois deste tempo! Fui almoçar com o Marcos e novamente sem apetite.

Já estou em casa e hoje é dia doze e esta última digitação eu faço do meu computador antes de transferir para o blog.

Até ontem pensei que a viagem tinha sido inútil, não sabia o que procurava e não achei. Me enganei, achei sim!
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

7 comentários:

  1. Como sempre um relato encantador.
    E as dores passaram? Não era pneumonia? Te cuida pois não podemos perder o viajante nem o nosso leitor.
    Abração

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  2. Não era pneumonia e agora que voltei um amigo me obrigou a tomar a vacina da gripe e também uma para ela chamada vacina pneumocócica valente (conjugada). Devo voltar em breve ao Uruguai, fácil dar a volta pelo país inteiro.

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  3. Grande Leopld. Saudades de vc e dos seus relatos incríveis. E Barreirinhas? Não viestes mais?
    Grande abraço
    Fernando
    Casalnaestrada

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    1. Olá Fernando, bela surpresa o seu post! Depois que os Lençóis ficaram interditados não voltei mais mesmo que na minha memória lá tenha sido o melhor passeio da minha vida.
      Curioso que pouco antes de abrir o computador estava pensando em comer um abacaxi em Belém, numa destas marcamos um almoço aí em São Luis para trocarmos figurinhas. Grande abraço!

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    2. Vamos sim. Talvez nosso abacaxi seja mais doce. Kkkkk. Avise quando passares por aqui.

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  4. Realmente não foi possível o reencontro, neste dia estava com minha querida e saudosa mãe no hospital Pelotas e quando tive a oportunidade de almoçar contigo em Curitiba perdi para a turma do jogo. Ainda não perdi a esperança.

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