Translate

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Corrida do Milhão – Por detrás da Stock


Um milhão de dólares – US$1,000,000.00. Nunca antes neste país uma corrida teve uma premiação neste valor, nem próximo creio e nunca antes pelo meu conhecimento o prêmio tenha sido tão limitado na sua ação, somente o primeiro lugar na corrida receberá tudo. Pelo ineditismo do fato e somado ao fato de ser no Rio de Janeiro cidade que visitei a última vez há quase quarenta anos decidi participar deste evento e levar aos amigos os causos e coisas que acontecem por detrás deste circo magnífico da Stock Car.


In Col we trust – Bela homenagem do Red Bull Bulletin para este genial administrador da Stock Car atual o Senhor Carlos Col.

23 de agosto de 2008 (Sábado)

Saí de São José dos Pinhais após o almoço com destino ao Rio, viagem maravilhosa e parei para dormir na via Dutra no posto Graal Clube dos Quinhentos. A BR116 entre Curitiba e São Paulo é uma amante antiga que agora em vésperas de privatização está fazendo uma boa plástica e a Dutra já é a rodovia que mais gosto de andar a muito tempo.

24 de agosto de 2008 (Domingo)

Acordei cedo o suficiente para assistir o basquetebol Espanha x USA um show dos profissionais americanos muito valorizados pela excelente equipe espanhola que fizeram um espetáculo. Até o fim não se podia dizer quem seria o vencedor ao contrário da F1 em Valência que assisti no posto dos Mamões (Último antes da serra das Araras). No sábado já tinha assistido a GP2 e vi que mesmo o circuito sendo grandioso tinha uma limitação enorme para qualquer ultrapassagem então o pole provavelmente seria o vencedor e não deu outra, tirando o Kimi que quebrou até o oitavo as posições permaneceram as mesmas da largada. No primeiro pit vendo que nada tinha mudado fui embora para curtir esta serra maravilhosa. A primeira curva da descida já se deslumbra uma fotografia de cartão postal, um êxtase!

Próximo ao Rio liguei para o meu amigo Edenilson Penco que mora na ilha do Governador e combinamos se encontrar em x lugar para ele me comboiar até o autódromo, obviamente para não variar eu errei e ele me achou em São Cristóvão. Até que foi sorte, pois viemos pela lagoa Rodrigo de Freitas e outros lugares que fazem o Rio justificarem este apelido de cidade maravilhosa.

O autódromo inicialmente dá uma impressão de abandono, coisa que muda rapidamente para a certeza do fato. Porém este abandono está em detalhes mínimos facilmente corrigíveis. Aproveitamos para dar inúmeras voltas no circuito tanto de quadriciclo como com o carro do Penco. Neste dia os únicos que estavam trabalhando no autódromo era o pessoal da Corlumb (Prefeitura) fazendo uma geral e pelo ritmo empregado imagino que irá precisar de um milagre para mudar a fisionomia dele.

Mais adiante saímos para irmos passear e comprar algumas coisas que me faltavam na farmácia. Uma delicia a areia da praia (Talco) na Barra da Tijuca e um mar verde claro com ondas altas fazendo a decoração. Um ótimo sanduíche para janta coroou este passeio.

O ponto alto em curiosidade foi o fato de voltarmos para o autódromo próximo as 22:00h e encontrarmos o portão fechado e ninguém para atender. Mais de uma hora depois chegou um rapaz que trabalha na colocação de publicidade recém chegado de São Paulo e daí depois de mais um longo tempo de espera o convencemos a saltar a cerca e ir procurar ajuda lá dentro. Aí a coisa pegou, ou melhor, os seguranças o pegaram lá dentro e tudo ficou uma confusão, o grupo dele já tinha saído, ele preso do lado de dentro e eu do lado de fora proibido de entrar sem autorização do Valtair (Administrador) que tinha saído e estava com o telefone desligado. O Luis chefe momentâneo decidiu que eu não entraria e o caboclo da publicidade teria que sair. Depois de muito tempo negociamos que o Edenilson levaria o rapaz a um hotel e eles me escoltariam para dentro para confirmar que minha casa realmente estava estacionada no autódromo. Final feliz e curioso pelas sutilezas do comportamento humano.

25 de agosto de 2008 (segunda-feira)

Dia de recuperar sono, excelente energia elétrica e água só no mar, o autódromo é dependente de carro pipa. O restaurante do Dedé já está montado o que resolve meu problema de alimentação.

No final da tarde chegou um grupo de motor-homes e a noite nós confraternizamos comemorando o aniversário da Vera esposa do Carlos, ambos assessoram os pilotos Cristiano Federico e Renato Russo da Stock Light. Na foto o Carlos e a Vera depois dos parabéns.



26 de agosto de 2008 (terça-feira)
Manhã lindíssima e depois do café aproveitei para dar inúmera voltas de quadriciclo pelo autódromo, traçado delicioso com ótima qualidade de asfalto. Minha impressão é que pela facilidade de adaptação e volume de locais para se tentar ultrapassar será uma corrida forrada de acidentes, veremos...

Pela manhã recebemos a visita do Luciano Huck e da triatleta Fernanda Keller, como fazem usualmente eles pedalam no circuito. Muito simpáticos ambos e passei alguns momentos conversando com eles, depois eles foram treinar me autorizaram a fotografar.


O autódromo começa a ter cara de quem vai receber um grande prêmio, ainda falta muito e o tempo está com jeito de chuva.

27 de agosto de 2008 (quarta-feira)
As carretas trazendo os carros começaram a chegar assim como mais alguns motor-homes, ambiente descontraído com muita conversa. A tarde veio meu amigo Edenilson Penco e juntos conferimos todos os avanços no autódromo. A maquilagem mascara mesmo ainda que falte muita coisa.
À noite assisti pela Virtual TV (Computador) ao vivo a corrida de longa duração (Spa-Francorchamps) em comemoração a primeiro aniversário do site SRB, foram quatro horas de emoções e o Edenilson Penco que fez dupla com o Celso Zima foram ao pódio com o terceiro lugar. Em primeiro ficou a dupla Beto Monteiro e Ricardo Silva. Este Beto é o mesmo que foi campeão e ainda compete na Fórmula Truck. Em segundo ficou a dupla argentina Acevedo e Andujar.

28 de agosto de 2008 (quinta-feira)

Agora a montagem está acelerada e as grandes equipes estão prontas, o autódromo a plastificação o deixou com cara de recebedor de um grande prêmio. Todos os componentes do circo estão aí e fofocas e previsões são trocadas constantemente.
O conflito da água continua, caminhões pipas abastecem constantemente e hoje completei a minha caixa.
Todos aqui também se filiaram a campanha de doação de sangue, todas as noites milhões de mosquitos nos sugam freneticamente.


29 de agosto de 2008 (sexta-feira)

Dia maravilhoso! Até a Minon acabou de entrar na testeira do carro do piloto Diogo Pachenki.






(Foto Ângelo Batistela)
Recebi a visita do meu amigo Cesquim que trouxe o seu filho Marcelo para o primeiro contato na categoria, recém completou os dezoito anos e já tem um titulo de campeão paranaense de velocidade na terra e lidera o campeonato deste ano também. Aparentemente nada o irá impedir de estar no grid do campeonato do ano que vem.
Pensei que seria simples fazer uma descrição deste período e não está sendo, são tantas conversas, tantos encontros que quando volto para casa só um banho e cama vem ao pensamento. Fotografias eu não faço porque a máquina fotográfica inibiria esta situação de intenso companheirismo, mas para dar um colorido coloco a foto que o meu amigo Aco Prata bateu por ocasião da última Stock em São Paulo. Há algum tempo o Luis Roberto e eu encontramos uma afinidade que sempre dá um grande prazer quando nos revemos e o Edison é uma simpatia impar, como os revi hoje e a cena se repetiu que fique esta foto como lembrança.



(Foto – Aco Prata)
30 de agosto de 2008 (sábado)
Com tanta coisa boa acontecendo e eu acordo sentindo-me miserável, os dias anteriores já andava com dores de cabeça bem chatas embora a Cibalena em doses maciças estivesse controlando. Enfim era uma gripe me pegando de jeito na hora errada. Muque nas doses de Cibalena e vamos ao prazer, tempo esquisito intercalando chuva e fases secas prometendo treinos de qualificação confusos.
E não deu outra, o Diogo Pachenki que estava confiante na pole rodou nas tentativas principais e em uma situação que não combina com suas qualidades de pilotagem terminou em décimo nono. O meu outro favorito na categoria principal o piloto Átila Abreu comeu bola em não sair imediatamente para a volta rápida já que o céu estava explodindo em nuvens de chuva e também amargou uma largada na 31º posição. Mesmo fazendo caca o carro do Diogo Pachenki estava bonitinho, o nome MINON combina.
Foto Vanderlei Soares
Terminado o classificatório me recolhi ao motor-home onde adormeci até o dia seguinte e mesmo que alguns companheiros batessem na minha porta para perguntar se eu tinha alguma necessidade era só o tempo de eu pôr a cabeça na janela para mostrar que ainda estava vivo e retornar a cama.
Soube posteriormente que o Reginaldo Leme e outros amigos foram lá também até porque como usualmente acontece o Wanderley pai do piloto Eduardo Berlanda oferece uma recepção no seu motor-home e o seu carinho mais a sua carne diferenciada junto com o chope tirado na hora fazem todos passarem bons momentos de confraternização.

31 de agosto de 2008 (Domingo)

Acordei sentindo que a coisa poderia ficar pior para mim, a gripe algumas vezes acaba me fazendo vir uma sinusite e quando esta última me ataca fico até impossibilitado de dirigir. Então debaixo de chuva fui avisar o Mário e alguns outros companheiros que iria embora enquanto me sentia em condições, o Alexandre gentilmente me deu o número do seu celular para no caso de eu precisar de ajuda na estrada ele iria me socorrer já que o Mário ficaria no Rio porque semana seguinte o piloto Alceu Feldman iria correr na GT3.

Saída muito fácil para a Dutra, simplesmente se pega à linha amarela (pedagiada) e depois a linha vermelha. Tomei café já no estado de São Paulo assistindo a corrida pela televisão com a vitória do Valdeno Brito. Ele por sinal é um ótimo piloto virtual então sua vitória tinha um significado especial para a nossa categoria. Como não estava lá para dar um abraço no milionário fica a foto que fizemos juntos em São Paulo.
Foto – Alex Almeida
Infelizmente para mim houve um desgosto quando ele comentou para o repórter que devia esta vitória a Jesus arf! Acho uma prepotência dizer-se escolhido do divino em prol dos outros trinta e três pilotos que obviamente no seu ponto de vista não mereciam a mesma graça que ele.

Continuei a viagem que mesmo doente estava dando muito prazer e fiz a volta em duas pernadas dormindo no posto Graal Buenos Aires. O motor-home tem poderes paliativos miraculosos hehehe. Mais a doença ainda está comigo e hoje dia cinco ainda continuo me sentindo mal então eu e a Iara iremos logo após a etapa de Curitiba da Stock (Inicio dos playoffs) para os Lençóis Maranhenses onde a Santa Mãe Joana faz curas com camarões.

3 comentários:

  1. Desejamos que estejas bem que o Maranhão revitalize aos dois. Boa estrada!

    ResponderExcluir
  2. Pena sua gripe atacar e também que o tempo não ajudasse, estamos no inverno e raramente ele se mostra no RJ mas o fez neste final de semana.
    Agradeço imensamente a oportunidade de sua companhia amigo e espero desfrutá-la novamente, volte sempre que possível.
    Edenilson Penco

    ResponderExcluir
  3. Meu amigo,
    Que maravilha o relato que vc faz de sua viagem e principalmente dos Lençóis Maranhenses.Os camarões, a galinha da dona Joana (já comi também), o acidente com os dois únicos automóveis da cidade, as lagoas, as trilhas... Fantástico.
    Que em 2009 possamos nos reencontrar para juntos fazermos essas trilhas, tendo vc como nosso guia.

    Um abraço do casalnaestrada

    Fernando e Andréa.

    ResponderExcluir